Você Está Vivendo no Automático ou Criando Uma Rotina Intencional?

Você já terminou um dia com a sensação de que ele simplesmente escorreu pelas suas mãos?
Acordou, fez o que tinha que fazer, atendeu as demandas, comeu qualquer coisa, resolveu uns problemas, deitou… mas não sentiu que o dia teve sentido?

Essa sensação, que muitas pessoas experimentam com frequência, é o sintoma clássico de uma rotina vivida no piloto automático.

O perigo de viver no automático

Quando vivemos no automático, não estamos vivendo de fato — estamos apenas reagindo.

O cérebro humano, como mostra o livro O Poder do Hábito, é programado para economizar energia. Ele tenta transformar tudo em rotina repetitiva, porque isso demanda menos esforço. O problema começa quando essa rotina se forma sem intenção, ou seja, sem clareza de propósito.

No livro Essencialismo, Greg McKeown é direto:

“Se você não escolhe suas prioridades, alguém vai escolher por você.”

E é exatamente isso que acontece: quando não temos clareza sobre o que importa, a rotina é ocupada por demandas dos outros, distrações, urgências e tarefas vazias. No fim, passamos os dias ocupados… mas não realizados.

Rotina automática vs rotina automatizada

Essas duas palavras podem parecer semelhantes, mas têm significados bem diferentes:

  • Rotina automática é aquela que acontece sem você pensar. Você acorda, pega o celular, toma banho correndo, come qualquer coisa, e responde o dia inteiro a estímulos. Você é controlado pelas notificações, pelos compromissos, pelo ambiente. Você reage.
  • Rotina automatizada é completamente diferente. Ela também flui com naturalidade — mas foi planejada antes. É uma rotina pensada, com rituais e sistemas que te direcionam todos os dias na direção do que realmente importa para você. Nela, você age com intenção.

Uma é cansativa e improdutiva.
A outra é leve, realizadora e te aproxima dos seus objetivos.

Decida o que realmente importa

Antes de criar qualquer rotina eficiente, é necessário dar um passo atrás e se perguntar:

  • O que é importante para mim?
  • Qual é meu objetivo neste ano?
  • O que preciso conquistar este mês?
  • Qual seria um “bom dia” para mim?

Se essas respostas não estão claras, a sua rotina será ocupada por qualquer coisa. É como diz a frase:

“Quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve.”

E o pior é que, se você não preenche o seu dia com o que é importante, ele será preenchido com o que é circunstancial.

Christian Barbosa, em A Tríade do Tempo, explica que a maior parte do nosso tempo é desperdiçada com:

  • 🔴 Tarefas circunstanciais (sem sentido, que apenas aparecem)
  • 🟠 Tarefas urgentes (importantes que foram deixadas para depois)
  • 🟢 E só uma pequena parte com o que realmente importa (atividades que nos aproximam da vida que queremos)

A meta deve ser clara: aumentar o tempo gasto com o que é importante.

Crie sistemas e rituais que te sustentem

Uma rotina intencional exige ferramentas, não força de vontade. Você não precisa ser uma máquina ultra-disciplinada — você precisa de sistemas que sustentem seus hábitos.

Exemplos práticos:

  • Use agenda ou blocos de tempo para proteger atividades importantes (ex: leitura, treino, estudo).
  • Crie rituais: como fazer café e ir direto para o caderno ou um cantinho de leitura.
  • Utilize recompensas conscientes para seu cérebro associar prazer ao hábito (ex: um café quente durante a leitura matinal).
  • Evite decisões repetitivas: deixe claro o que será feito e em que horário — isso evita fadiga mental.

Como diz James Clear em Hábitos Atômicos:

“Você não sobe ao nível das suas metas. Você cai ao nível dos seus sistemas.”

Você é o que repete

Tudo que você repete se torna parte de quem você é.
A rotina não é apenas o que você faz — é o que você se torna.

Se você acorda todos os dias e pega o celular, sem pensar, isso não é só um hábito: é parte da identidade que você está reforçando.

Mas se você acorda, cuida do corpo, lê, reflete e planeja o dia… você está moldando um “eu” mais forte, mais claro, mais realizado.

Portanto, antes de pensar “O que eu quero fazer?”, experimente perguntar:
Quem eu quero ser?
E quais hábitos essa pessoa teria?

Reflexão final

Rotina não é inimiga da liberdade.
Rotina é o caminho para a liberdade de viver uma vida com sentido.

Se você quer se sentir realizado, com propósito e energia, a mudança começa por aí:
Pare de viver no automático. Comece a viver com intenção.

Exercício prático:

Pegue um papel e escreva:

  • Três coisas que são importantes para você e que você quer priorizar esta semana.
  • Um hábito que você pode automatizar para reforçar essa intenção.
  • Um horário fixo do dia para isso acontecer.

Comece pequeno. Comece hoje.

Livros de referência:

A Tríade do Tempo – Christian Barbosa – https://amzn.to/42HOjo7

O Poder do Hábito – Charles Duhigg – https://amzn.to/3XX19wc

Essencialismo – Greg McKeown – https://amzn.to/4cw1coM

A Única Coisa – Gary Keller – https://amzn.to/4j7jXBj

O Milagre da Manhã – Hal Elrod – https://amzn.to/3G841Ak

Vídeo:

FAÇA REVISÕES

É complicado quando o final do ano vai se aproximando e um novo ciclo vai começar. A princípio, não é nada de mais, apenas uma data, uma virada de página no calendário, ou um novo ano jurídico/orçamentário para administrar. Porém, muitas pessoas fazem dessa época, mais especificamente o dia 31 de dezembro e o dia 01 de janeiro, um grande marco de mudanças. E tem toda uma ritualística que pode ser invocada para essa época e para essa data. E para muitos isso é importante. Então, vou aproveitar esse momento para despejar um pouco das coisas que tenho costume de fazer no final de ano, e a primeira delas é a revisão!

O QUE É O ATO DE FAZER UMA REVISÃO?

Adoro esse conceito de revisão, pois ele traz em três significados que nos abres novas portas no nosso passado. O primeiro significado é o de rever, olhar de novo, então olhamos de novo o nosso mês que passou, revemos o trimestre, o ano. O segundo significado é o da nova leitura, olhamos nosso passado e lemos ele novamente e podemos dar uma nova interpretação para as coisas que aconteceram, ressignificar. E por último fazer um novo exame, reavaliar as coisas que aconteceram e quem sabe entender melhor o que aconteceu e por que aconteceu.

Logo, o ato de realizar uma revisão, no nosso caso uma revisão de final de ano, é relembrar o que aconteceu esse ano passado, agora com uma visão mais crítica dos acontecimentos e de seus desdobramentos, e avaliar o que foi feito ou deixado de fazer e por quê.

Minhas listas

Começamando o processo revisão, vou direto para minhas listas de objetivos e metas, e começo a avaliar o que foi feito, o que foi parcialmente feito e que não se pode fazer e o que foi abandonado.

Lista são sempre um bom começo e uma base para o proximo ciclo. Porem é interessante olhar para a liste e se perguntar sobre o que se manteve relevante, o que realmente gerou o resultado que se desejava.

A satisfação da conquista e questionar isso é um passo importante para que você mantenha em sua mente seus objetivos que realmente construam a vida que você sonha.

Esse é um processo cansativo eu sei, se você quiser ir pulando as coisas, blz! Mas isso é o que eu faço, e fique a vontade para usar ou descartar as coisas.

Resumir o ano

Toda semana, faço o resumo da semana, todo mês faço o resumo do mês e depois confronto com o resumo da semana, e adiciono coisas no resumo do mês que são importantes, mas acabei esquecendo. E quando chega o final do ano, faço o mesmo, tento resumir o ano. Finalizado o texto do ano, releio o texto dos meses e tento trazer o que de importante foi esquecido.

O tempo é cada vez mais relativo, e muitas vezes nosso cérebro se prende a última sensação mais forte, e acaba esquecendo das outras, escrever, ler, reescrever e reler essas passagens ajuda a sua mente, primeiro a lembras dos detalhes e coisas importantes do ano, segundo a dar o volume devido à passagem do tempo, e não só uma leve lembrança do que foi o ano.

Isso nos lembra inclusive de preencher nossos dias com coisas boas, gostosa, divertidas e realizadoras, fazendo a gente se sentir cada vez mais vivo.

Reler sua declaração de vida

Uma das coisas que eu trouxe da gestão estratégica e de projeto para o planejamento pessoal é a visão, missão, valores e princípios. E ainda mais, o escopo e o não escopo.

Quando você descreve o seu desejo de vida, ele tem que ter uma forma, ele tem que ter bases. “Quero ficar rico”, a que custo? Como você vai ser quando estiver rico? O que vai ter lá? O que não vai ter?

Reler e ver se o que esta naquele papel ainda faz sentido ou não para você. Se seu coração acelera ao ler e imaginar esse futuro.

Se precisar de ajustes, ajustamos, se não, continuamos ali focados naquilo com um desejo ardente. Sem desejo ardente, não tem graça.

Roda da Vida

Minha esposa me odeia por isso, mas adoro quantificar as coisas e a ferramento da Roda da Vida acho maravilhosa para isso. Ela é dividida em dose eixos, cada um para um aspecto da vida, e esses eixo se agrupam de tres em tres para formarem 4 grandes áreas da vida.

Cada eixo tem uma escala de 0 à 10, e cada um atribui seu proprio sentido a essa escala. Eu por exemplo coloco o 10 como algo extraordinario, outras pessoas colocam o 10 como o bom do dia a dia.

Quantificar esses eixos me ajuda a ver como eu me sinto em relação a casa area da minha vida. E a ter uma visão mais pragmatica do que aconteceu.

Fim da Revisão

Isso realmente acaba me tomando um grande tempo do final de ano, às vezes um dia, às vezes até dois. Mas é algo que eu gosto de fazer e me dá entendimento sobre o que eu tenho feito e onde eu sinto que tenho que melhorar.

DIVIDA SEUS OBJETIVOS EM PEQUENOS PASSOS

Todos temos grandes sonhos, muitos até difíceis de descrever, ou de se imaginar alcançando. 
Porem, se não conseguimos nos ver alcançando esses sonhos ou descrevê-los com exatidão, como poderíamos conquistá-los? 

O grande segredo é ir aos poucos, como já dizia o ditado, toda grande caminhada começa com o primeiro passo. E é nisso que temos que nos focar, um passo atrás do outro em direção ao nosso destino, ao nosso sonho. 

Divida seus sonhos em partes, em etapas. Por exemplo: quero comprar uma casa. 
Muito além de ter o dinheiro para comprar a casa, você pode começar pesquisando ou escolhendo: que tipo de casa eu quero? Onde eu quero morar? O que eu gostaria que tivesse perto de casa. Isso vai dando forma ao seu sonho e vai deixar mais claros os seus objetivos e as metas para alcança-lo. 

Muitas vezes comprar a casa dos seus sonhos, pode ser muito longe da sua realizada atual, mas e comprar o terreno? Começar então depois com uma construção simples e ir aumentando? 

Às vezes a clareza de um sonho pode levar ainda a outros questionamentos, tipo: Com o meu salário atual isso é possível? Quanto eu teria que ganhar para viabilizar isso? No meu emprego atual, consigo ganhar isso? Seria viável para mim trocar de emprego?

Ainda pode te levar a entender conceitos que ainda são desconhecidos para ti, e buscar ajudar para entender as coisas melhor, como: E se eu fizer um financiamento? Como isso funciona? Ou, o que eu poderia fazer para meu dinheiro render mais? Quem poderia me orientar nesses assuntos?

A partir disso, você começar a desenhar seu caminho e definir seus passos para alcançar seus objetivos. Grandes sonhos podem e devem ser divididos em vários objetivos e esses por suas vez em pequenos passos para que sua caminha seja sempre constante e você veja o seu progresso e não se desanime no meio da sua jornada!

O Planejamento de Objetivos e Metas para 2023

Todos os anos milhões, senão bilhões, de pessoas aproveitam a virada do ano para criar objetivos e metas para o novo ano que está se iniciando. E para este que vos escreve não é diferente. Todo final de ano reviso meus objetivos e metas traçados anteriormente, faço uma longa e até exaustiva reflexão sobre os acontecimentos e como isso se refletiu no meu resultado e então repenso sobre minha filosofia de vida e começo a pensar nos meus novos objetivos e metas para o novo ano que se inicia.

Infelizmente, por mais detalhado que seja o planejamento, e por mais perfeccionista que seja a pessoa, seguir à risca o que planejamentos, ainda mais, por um ano inteiro é bem complicado. Como disse Mike Tyson sobre sua estratégia contra um oponente em uma entrevista: “Todo mundo tem um plano até o primeiro soco na cara”. Ou seja, nenhum plano resiste muito tempo sem ser alterado por algum imprevisto, ou mudanças de cenários e perspectivas. O mundo é muito volátil, por isso você precisa diferenciar o que é um plano do que é um planejamento. O plano é uma única linha de ação, é o produto estativo de um planejamento, porém ato do planejamento é a revisão constante deste plano, pensado para ver se ainda é válido ou se precisa de ajustes, e se precisar fazer os ajustes. Então cabe ao nosso planejamento organizar nossas ações para atingirmos nossas metas e conquistarmos nosso objetivo. 

Sonhos, Objetivos e Metas

Muitas pessoas falam de objetivos e metas no ano novo, mas não param para pensar um pouco mais profundo sobre o assunto e acabam juntando tudo como se fosse a mesma coisa. E há ainda aqueles que misturam o sonho junto. E é aí que muitas vezes começa a dar errado. 

Para começar vamos criar algumas definições para nos guiar, muitos podem falar que sonho é igual objetivo ou ainda que objetivo é igual meta, mas para mim são coisas totalmente diferentes, mas que se relacionam. 

O sonho: é um desejo de conquista, não tem detalhes, é vago e é atemporal e envolve um forte sentimento. Tem uma descrição livre.

O objetivo: é um desejo de conquista dentro do sonho, detalhado e temporal, quanto melhor detalhado melhor e envolve um forte sentimento. Geralmente com uma descrição qualitativa. 

A meta: é um marco de conquista do objetivo, precisa ser detalhado e temporal, geralmente não envolve um sentimento, dependendo do sentimento do objetivo. Tem uma descrição quantitativa, se for numérica, melhor ainda.

Vamos para um exemplo:

O Sonho: ser um corredor ou correr uma grande corrida. 

O desejo de conquista está aí, veja como é vago e solto. Corredor do quê? O que seria uma grande corrida? Quanto é isso? E quando vou fazer isso?

O Objetivo: Correr a São Silvestre este ano.

O sentimento de conquista de participar da prova está aí. A São Silvestre é uma corrida de rua, de 15 km, a competição desse tipo mais importante da América Latina. E colocamos a data para esse ano. Então, já temos muito mais informações.

A meta: Conseguir correr 15 km em menos de 90 min até dezembro.

Note que a meta, nesse caso, não diz respeito ao objetivo, mas é um marco que tem que ser alcançado para que o objetivo se realize. Ela já é bem mais específica e apresenta valores numéricos que você pode medir e acompanhar para saber o quão perto de alcançar seu objetivo você está. Você ainda poderia usar uma meta para o final do objetivo: Completar a São Silvestre este ano em menos de 90 min.

Quando você consegue organizar seus sonhos em objetivos e metas, eles começam a se tornar realidade. A cada meta batida e objetivo alcançado, o sonho chega mais perto. Porém, ter metas é só o começo. É o nosso direcionamento. Então o que é o planejamento?

O passo a passo para o Sucesso

Criar um planejamento é o ato de detalhar o passo-a-passo das coisas que você deve fazer para alcançar o seu objetivo com sucesso e monitorar se realmente o que foi feito foi efetivo. Note que há dois passos bem distintos aqui, o detalhamento e o monitoramento.

Quando começamos a pensar sobre um novo objetivo e começamos a fazer nossas metas, temos que pensar também no passo a passo para cada meta, e muitas vezes, os passos que imaginamos não têm o efeito que esperávamos. Isso gera desânimo, porém é algo normal, por isso precisamos monitorar e redefinir os passos para conseguirmos cumprir as metas e atingir nosso objetivo.

Pessoalmente, quando estou traçando meu passo-a-passo divido as minhas atividades em dois tipos: lista de tarefas pontuais e lista de rotinas necessárias. A lista de tarefas pontuais, são aquelas que precisarei executar somente uma vez, geralmente, por exemplo, na nossa meta de correr a São Silvestre, comprar um tênis próprio para a corrida e fazer a inscrição da corrida, são ações pontuais. Já a lista de rotinas necessárias, como o próprio nome já diz, é algo que precisa ser feito recorrentemente, por exemplo, fazer um treino por semana de corrida de 15km, ou ainda ter uma alimentação balanceada até a data da corrida. 

Essas listas também te ajudarão a saber o quanto você está progredindo em alcançar seus objetos. E ao olhar os números que você definiu nas suas metas você terá a visão dos indicadores de quão efetivo estão suas ações. Por exemplo, já passou metade do ano e você ainda não conseguiu fazer uma corrida menor de 90 min. Porém, você fez todos os treinos que estavam na sua lista. Nesse ponto o monitoramento é super importante, por meio desses indicadores você vai se perguntar: o que devo fazer diferente para alinhar meus resultados com aquilo que eu quero?

Mudar de rota não significa mudar de destino

Muitas pessoas desanimam ou desistem quando o primeiro plano não dá certo, porém como já falamos, não devemos nos fixar no plano e sim no planejamento, na revisão constante do nosso passo-a-passo e até das metas que definimos. Que muitas vezes, com o nosso desenvolvimento, vemos que podem não ser viáveis dentro dos termos que definimos e das limitações que encontramos. Posso não conseguir terminar a São Silvestre esse ano em menos de 90 minutos, mas consigo fechar em menos de 2 horas. E anos que vem tento fazer em menos de 90 minutos.

Mudar o que deve ser feito não é um demérito e sim uma qualidade, pois você está trabalhando olhando o mundo ao seu redor e se adaptando com as novas circunstâncias que surgem e isso aumenta as suas chances de sucesso.

Sonhe, defina objetivos, trace metas e desenhe seu passo-a-passo e não se esqueça de olhar em voltar e fazer ajustes ou mudanças quando necessário!